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A Importância do Timing no Treino de Cães
Por Caio Nogales (Aluno, 7º ano), em 2016/10/09485 leram | 0 comentários | 127 gostam
O timing é o atributo que, isoladamente, mais contribui para estabelecer uma correcta via de comunicação entre uma pessoa e um animal.
O timing da entrega do reforço contém informação extremamente importante para o indivíduo que está a aprender, uma vez que lhe vai dizer exactamente o que é que nós gostamos.
Para que ocorra aprendizagem, o estimulo condicionado (CS, comando dado ao animal) tem de ocorrer antes do estímulo não condicionado (US, como comida, brinquedo ou afecto).

Se pretendemos que o cão aprenda a urinar com comando, o mesmo deverá ser dado quando o cão começa a cheirar o chão e a fazer círculos rapidamente. Não devemos esperar até que ele já se encontre a urinar ou já tenha terminado. O comando deverá ocorrer antes.
 Da mesma forma, um sinal de trânsito que nos avisa da aproximação de um cruzamento perigoso deverá surgir antes do cruzamento, pois se aparecer em cima ou depois do cruzamento não será de grande utilidade.
 Outro problema verifica-se quando reforçamos demasiado cedo, antes do comportamento pretendido ser atingido, com a má interpretação de que estamos a encorajar o indivíduo (“linda menina, estás quase lá”).

O que acontece nesta situação é que estamos a reforçar apenas a tentativa e não a execução do comportamento. Dar presentes, promessas ou atenção por comportamento que ainda não ocorreu não irá melhorar o comportamento pretendido. Provavelmente apenas irá incentivar a tentativas pequenas ou a solicitações de reforço.

Ao ensinar com reforço negativo, o timing também deverá ser extremamente preciso, caso contrário não irá conter qualquer informação para o animal.
Ao montar a cavalo, o pequeno kick que se dá para o cavalo começar a andar (confesso que não sei qual o termo técnico) deve cessar assim que o animal começa a andar, e não como uma espécie de combustível que temos de continuar a dar ao animal para que continue a correr.
 O mesmo pode ser aplicado ao repreender uma criança, um empregado ou um animal por comportamento inapropriado. Assim que esse comportamento para, a repreensão deverá terminar.
Se o timing não for adequado, poderemos estar a reforçar comportamento que não queríamos.
 Imagine que diz ao seu cão para sentar. Ele senta-se e entretanto você distrai–se e olha para outro lado qualquer durante cinco segundos. Durante esses cinco segundos o cão pode-se levantar, olhar para outro lado, cheirar o chão, etc. Quando você se volta para reforçar… o que estará a reforçar? E como é que ele sabe?

Imagine agora que durante a leitura deste artigo, encontra uma nota de 100 € no chão. Esse dinheiro foi deixado no chão por um milionário que pretende reforçar o facto de você ter escolhido a tarte de bolacha em vez da mousse de chocolate, que você comeu no seu restaurante à duas horas atrás.
 O milionário pretendia aumentar a probabilidade de você escolher a tarte de bolacha no futuro. Mas é altamente improvável que o milionário tenha sucesso nesta iniciativa. Imensos comportamentos decorreram entre o momento em que você comeu a tarte de bolacha e o momento em que encontrou a nota de 100€ no chão. A probabilidade de associação entre um comportamento e outro, é extremamente reduzida.


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