JESUS REJEITADO EM SUA PRÓPRIA TERRA | |
Por Silvério Parada Junior (Leitor do Jornal), em 2013/02/05 | 253 leram | 0 comentários | 137 gostam |
DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. | |
Em Lucas 4, 21-30, o versículo 21b (“Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”) e os versículos 22-23, onde encontramos uma reação positiva dos ouvintes presentes na sinagoga de Nazaré ao comentário de Jesus sobre o trecho do livro do Profeta Isaías, poderiam nos levar a entender que os pobres, os cativos, os cegos, os oprimidos fossem os destinatários da mensagem e que Jesus é enviado a eles. No entanto, nos versículos 22-27, Jesus exclui os Nazarenos de sua mensagem salvífica. E a evocação dos fatos tirados do ciclo de Elias e Eliseu estabelece um paralelo entre Israel e Nazaré. Nazaré passa a ser a imagem da rejeição de Jesus por Israel. Jesus é um profeta não somente porque Ele se sabe enviado, mas porque Ele é rejeitado. Eis o critério que permite verificar a autenticidade de sua vocação: “... nenhum profeta é aceito na sua própria terra”. O profeta é consciente das dificuldades na realização da missão, por isso é chamado a viver na confiança: “Farão guerra contra ti, mas não te vencerão, porque estou contigo para te defender, oráculo do Senhor”. Não há nada nem ninguém que possa impedir o Senhor de continuar o seu caminho de realização da vontade do Pai: “... passando pelo meio deles, continuou o seu caminho”. A vida de Jesus foi permeada de armadilhas e perseguições que poderiam tê-lo bloqueado a ponto de impedi-lo de levar adiante a missão recebida do Pai. Os adversários não lhe davam trégua. Assediavam-no sem parar, com o objetivo de fazê-lo mudar de rumo. “Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho” resume sua postura constante. Nada foi suficientemente forte para demovê-lo do caminho traçado pelo Pai. A perseverança foi uma marca inconfundível de seu agir. É por isto que trilhou o caminho do Pai até o fim, mesmo devendo padecer a morte de cruz. O discípulo do Reino inspira-se no Mestre. Como Ele deverá continuar o seu caminho, embora sofra contrariedades. A fidelidade ao querer do Pai assim o exige. A mensagem de Jesus é para ser lida, ouvida, sentida, digerida em nosso coração e colocada em prática, ainda que haja perseguidores querendo destruir a missão que Deus confiou a cada um de nós. | |
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