O grupo preparava-se para uma visita orientada aos espaços onde imperavam livros e documentos ao dispor dos cidadãos. Ouvimos uma breve história da arquitectura do edifício e apreciamos a exposição ARTESEQ 2019, com trabalhos muito interessantes das áreas de multimédia e artes visuais.
Absorvida a informação que foi complementada pelos alunos, todos seguiram para ouvir a história da Igreja da Misericórdia, da Santa Casa, do Hospital e do Tribunal. Nem mesmo a nortada demovia os ânimos para uma caminhada ao encontro da nossa memória que prosseguiu na orientação que o senhor padre Torres magistralmente prestou sobre a Igreja Matriz, com a riqueza arquitectónica e religiosa posta em destaque, o que nos deliciou. Foram os altares com a sua talha dourada, as suas imagens, os reposteiros, os objectos sagrados e foi todo um conjunto de relíquias desde a porta em bronze carregada de simbolismo, até à sacristia, onde moram gravadas as memórias de muitas famílias poveiras.
Do Museu Municipal à Praça do Almada, os alunos apresentaram mais histórias e demoraram-se em frente à estátua de Eça de Queirós, onde dramatizaram muito bem o episódio do Jantar no Hotel Central de “Os Maias”. Era o teatro que, depois, o Theatro não deu, embora dali saíssem vozes dos livros desfilados nas prateleiras e paredes, murmurando o mundo da ficção. Os merecidos aplausos ajudaram a espalhar o frio e, na passagem pelo coreto, as palavras ecoaram novamente.
E foi o vento que nos embalou até ao Cego do Maio e até Fernando Pessoa para ouvir “a voz da terra ansiando pelo mar”. As nossas vozes não se calaram para dar eco aos monumentos da Póvoa de Varzim que ficaram um pouco mais dentro de nós. Para sempre!
Firmino Carvalho |
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