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Jornal da Biblioteca Escolar Carlos Teixeira
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PEDRO ALECRIM
Por Fátima Martins (Professora), em 2016/01/221218 leram | 0 comentários | 256 gostam
Os alunos da Escola Carlos Teixeira leram a obra Pedro Alecrim, de António Mota, e não gostaram do final. Deitaram mãos à obra e escreveram o último capítulo, ou seja, o capítulo 24. Eis aqui dois dos mais convincentes.
Capítulo 24

Os dias vão passando e eu sem ter notícias do Nicolau. Para ser sincero também não tenho andado com tempo, uma vez que o meu tio e eu temos sempre que fazer. Ou é enxadas, ou é foices, às vezes até ferraduras temos de fazer. À noite, toco cavaquinho com o meu tio para desanuviar e vou para casa. Uma vez lá, toco um bocado para o meu irmão, Jacinto, até ele adormecer. Antigamente, era o pai que o fazia. Depois lavo a loiça com a minha mãe e vou dormir.
Um dia acordei muito cedo. Olhei para o relógio e reparei que acabavam de dar as cinco badaladas, ou seja, eram cinco da manhã. Preparei a roupa (a minha e a dos meus irmãos), vesti-me e eles continuavam a dormir.
Era muito cedo por isso fui para a oficina e comecei a adiantar trabalho. Fiz a foice do Senhor Silva, a enxada do Senhor João, e só não fiz as ferraduras dos cavalos da Dona Maria por já serem seis horas da manhã. Fui para casa para preparar o pequeno-almoço. Quando cheguei à porta vi uma carta. Seria para mim? E sim, por acaso era. Sorri de alegria ao ver que era do Nicolau. Abri e li:
Olá, Alecrim aos molhos!
Desculpa a demora, mas estive mesmo muito ocupado com o trabalho.
Por falar nisso, não sei se já te contei, mas vou mudar de emprego. Vou trabalhar para um restaurante, desta vez para servir às mesas. Finalmente, vou concretizar o meu sonho.
Desculpa mas agora tenho de ir trabalhar.
        Abraços do teu amigo Nicolau!
P.S. Escreve-me!
Estou contente pelo Nicolau, mas agora não lhe posso escrever. Faço-o mais logo.
Fiz o pequeno-almoço e levei-o à cama da minha mãe, de seguida à dos meus irmãos, e só depois tomei o meu. Estava cheio de fome.
Voltei à oficina e vi o meu tio a trabalhar. Fui ter com ele. Por essa altura já ele tinha reparado no meu trabalho e agradeceu-me. Para ser sincero, cada vez gosto mais do meu trabalho. Acho que irei continuar com isto, pelo menos enquanto não arranjar melhor.
Nos anos seguintes continuei a falar com o Luís e com o Nicolau. Aliás, continuei a trabalhar na oficina do meu tio. Vejam lá que até arranjei uma namorada. Mas isso? Isso é outra história!!

                                                                 Fim
Vasco 6ºE





                              Pedro Alecrim – O final escondido

Passaram-se quatro meses e os habitantes do Pragal estavam num grande alvoroço, porque viam uns homens estranhos a tirar medidas no terreno ao lado da Junta de Freguesia. Entretanto, Pedro encheu-se de coragem e entrou na Junta, pedindo para falar com o Presidente. Duas horas depois, ele foi recebido.
- Olá, Sr. Presidente. Desculpe a minha curiosidade, mas todos os habitantes estão intrigados com toda esta movimentação neste terreno ao lado. O que se passa?
- Olá, meu jovem! Então, queres saber o que se passa? Isso era para ser surpresa, mas como não vou conseguir guardar estes dois segredos por muito mais tempo, vais ser o primeiro a saber. Aqui ao lado vai ser construída uma pizzaria chamada “O Pizzagral” e como a aldeia não tem grandes acessos, vou também mandar construir uma estrada nova.
- A sério?! Não acredito! Fantástico! Isso é a melhor notícia que alguma vez recebi.
“Uma estrada nova para ir para a escola e, ainda por cima, um local com comida espectacular … Era bom demais para ser verdade” – pensou o Pedro.
- Posso contar a todos?
- Claro que sim, Pedro, vais ser o meu porta-voz.
Pedro apressou-se a contar à mãe, aos irmãos e a todas as pessoas que encontrou nesse magnífico dia. Mal podia esperar pelo dia seguinte para enviar a carta que tinha escrito ao Nicolau a contar aquelas novidades.
Quando recebeu a carta, Nicolau nem queria acreditar. Aquelas notícias vinham melhorar muito o seu dia. Nicolau andava há algum tempo farto daquela vida. Afinal, não gostava assim tanto da cidade e começava a sentir bastantes saudades da escola e dos amigos.
- E agora? Vou pedir ao meu irmão e aos meus pais que me deixe voltar ao Pragal. Preciso de lhes explicar que não é esta a vida que eu quero.
Assim fez, e passado alguns dias, o Pedro foi presenteado com outra surpresa: o seu melhor amigo tinha regressado à aldeia. Após dois dias inteiros de brincadeira, resolveram que logo que conhecessem o Sr. Eduardo, o dono da pizzaria, lhe iriam pedir para os deixar trabalhar em “part-time”. Deste modo, ganhavam algum dinheiro e podiam comer piza quando quisessem.
O dia da inauguração do “Pizzagral” era o mais esperado na aldeia. Compareceram todos os moradores do Pragal e bastantes das aldeias vizinhas. O senhor Eduardo era um homem muito simpático e decidiu deixar os rapazes fazer serviço de “part-time”. Não passou despercebido a ninguém que a pessoa que o Sr. Eduardo mais simpatizava era a mãe do Luís. Cheirava a namoro, em breve!
Um mês depois, a mãe do Pedro conseguiu o tão desejado subsídio para novos agricultores. Conseguiu melhorar a produção da quinta, começou a ter mais lucros e com a ajuda do Pedro, finalmente, tinham uma vida melhor!


Ana Vitória e Bárbara 6ºD


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