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Cientistas encontram disco com a voz de Alexander
Por Wellington Santos (Aluno, 9°C), em 2015/07/28326 leram | 0 comentários | 119 gostam
Descoberta gravação com voz de Alexander Graham Bell
Em 1885, nove anos depois de ter criado o telefone, Alexander Graham Bell levou a cabo outra experiência. No dia 15 de Abril, gravou a sua voz num disco de cartão coberto de cera.
O frágil objecto, que faz parte da colecção de sons históricos gravados do Museu Smithsonian (Washington) permaneceu sem ser ouvido durante 138 anos. Agora, imagens digitais, informática, uma transcrição escrita à mão e um trabalho de investigação arquivística confirmaram que esta é a única gravação conhecida da voz de Bell. A gravação começa com uma apresentação: “Hear my voice — Alexander Graham Bell” (“Escuta a minha voz — Alexander Graham Bell”).
Carlene Stephens, curadora do Museu Nacional de História Americana do Smithsonian, recebeu o disco e outros 400 artefactos de áudio doados por Bell quando foi trabalhar para a instituição, em 1974. Mas não se atreveu a reproduzi-lo visto o seu carácter experimental e a sua fragilidade.
“Demo-nos conta que estes materiais eram muito importantes não só para a história da gravação de som, mas também porque se consideravam impossíveis de reproduzir. Assim, o museu ficou à espera que a tecnologia pudesse um dia permitir conhecer o seu conteúdo”, explica.
Em 2008, Stephens soube que o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, na Califórnia, tinha recuperado 10 segundos de uma gravação francesa da canção «Au Clair de la Lune», datada de 1860 e feita num papel coberto de fuligem. Essa gravação era quase 20 anos mais antiga do que a gravação reproduzível mais antiga de Thomas Edison, feita em 1888.
 
O disco de cartão coberto de cera onde se encontra a gravação
Carlene Stephens entrou em contacto com Carl Haber, do Laboratório, e com Peter Alyea, especialista em conversão digital da Biblioteca do Congresso. Escolheram seis gravações da colecção, incluindo a que se veio a revelar ser da voz de Bell. Fizeram-se imagens a três dimensões a ultra-alta definição.
O scanner de Berkeley capturou giga-pixeis de informação, a largura, a altura e profundidade das ranhuras, com 100 nanómetros, 250 mais pequenas do que a largura de um cabelo. Carl Haber explica que a profundidade é muito importante nestas gravações antigas, pois grande parte da informação é armazenada nas partes mais fundas dos sulcos.
Haber e o seu colega Earl Cornell utilizaram um algoritmo para converter essa imagem em som, sem tocar no disco. O sistema é conhecido como IRENE/3D.
A maior parte da gravação é da voz de Bell a dizer uma série de números e valores em dólares. O trabalho de recuperação é agora apresentado ao público.

 O início da gravação pode ser ouvido na página do Museu Smithsonian.

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