Poemas Carnavalescos | |
Por Alunos Mmnm (Aluno, ...), em 2014/02/26 | 704 leram | 0 comentários | 176 gostam |
É CARNAVAL, E ESTÃO AS RUAS CHEIAS de Álvaro de Campos É Carnaval, e estão as ruas cheias De gente que conserva a sensação, Tenho intenções, pensamento, ideias, Mas não posso ter máscara nem pão. Esta gente é igual, eu sou diverso — Mesmo entre os poetas não me aceitariam. Às vezes nem sequer ponho isto em verso — E o que digo, eles nunca assim diriam. Que pouca gente a muita gente aqui! Estou cansado, com cérebro e cansaço. Vejo isto, e fico, extremamente aqui Sozinho com o tempo e com o espaço. Detrás de máscaras nosso ser espreita, Detrás de bocas um mistério acode Que meus versos anódinos enjeita. Sou maior ou menor? Com mãos e pés E boca falo e mexo-me no mundo. Hoje, que todos são máscaras, és Um ser máscara-gestos, em tão fundo... SONETO DE CARNAVAL de Vinicius de Moraes Distante o meu amor, se me afigura O amor como um patético tormento Pensar nele é morrer de desventura Não pensar é matar meu pensamento. Seu mais doce desejo se amargura Todo o instante perdido é um sofrimento Cada beijo lembrado uma tortura Um ciúme do próprio ciumento. E vivemos partindo, ela de mim E eu dela, enquanto breves vão-se os anos Para a grande partida que há no fim De toda a vida e todo o amor humanos: Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo Que se um fica o outro parte a redimi-lo. | |
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