atendimento do Ruth Cardoso reacende alerta | |
Por Igor Silva (Administrador do Jornal), em 2014/12/13 | 226 leram | 0 comentários | 112 gostam |
atendimento do Ruth Cardoso reacende alerta | |
A crise no atendimento do Ruth Cardoso reacende o alerta sobre a saúde em Balneário Camboriú e região. Sem profissionais para atender na UTI neonatal, a instituição foi obrigada a interromper o serviço nesta semana e revelou haver risco de outros setores pararem também. Enquanto isso, o município conta com um hospital — o antigo Santa Inês — fechado há três anos, a vizinha Camboriú com uma unidade parcialmente fechada e o Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, está sobrecarregado. ::: Hospital Ruth Cardoso fecha UTI neonatal a partir desta quarta-feira ::: Hospital Ruth Cardoso declara situação de emergência Nesta sexta-feira, a prefeitura de Balneário conseguiu resolver parte dos problemas no Ruth Cardoso, alguns apenas provisoriamente. Uma equipe foi contratada para o pronto-socorro e médicos foram remanejados internamente para manter o atendimento na maternidade e sala de parto. Em função disso, porém, a emergência pode ficar sem pediatras em alguns horários — ainda não divulgados. Resta encontrar profissionais para a ortopedia, o que ainda não havia sido solucionado até o fim da tarde de sexta-feira. — A UTI neonatal permanece fechada até janeiro. Mas essas crianças não vão ficar sem atendimento. Montamos dois leitos de UTI para receber crianças que por ventura precisarem da UTI neonatal enquanto aguardam uma vaga em algum hospital do Estado — explica o secretário de Saúde, Marco Otílio Rodrigues. A paralisação dos serviços da UTI neonatal — há 10 leitos parados — ocorreu em função do término do contrato com a atual equipe médica, que não tem interesse em continuar atuando no hospital. A dificuldade, segundo a prefeitura, está em encontrar pediatras especializados disponíveis e com interesse de trabalhar em hospital. O salário oferecido chega a R$ 95 a hora (valor da última licitação). Tendência é que demanda venha para Itajaí Com uma média de 300 partos por mês e os 10 leitos da UTI neonatal lotados, o Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, é referência para as 10 cidades da Associação dos Município da Foz do Rio Itajaí (Amfri) e não teria condições de absorver a demanda vinda do Ruth Cardoso. Conforme a direção do hospital, já foi percebido um aumento no movimento do setor obstétrico. A vinda de pacientes de Balneário naturalmente tornaria o atendimento mais lento. O hospital Pequeno Anjo, também em Itajaí, dispõe de 100 leitos e atende cerca de 3 mil crianças por mês. A diretora Attela Provesi afirma que o hospital tem condições de receber a demanda de urgências e emergências enquanto o Ruth Cardoso busca pediatras — no entanto, a instituição não possui UTI neonatal. Especialista afirma que falta planejamento à gestão hospitalar Falta planejamento de longo prazo na gestão dos hospitais da região. A avaliação é da doutora em administração pela USP, Antônia Egídia de Souza. Para ela, outro ponto fundamental para evitar a falta de profissionais — como ocorreu com o Ruth Cardoso — é ter um planejamento de gestão de pessoas para valorizar e comprometer os funcionários. — Hoje percebemos que a gestão em saúde nos municípios é muito ineficiente. Em quase 100% das vezes o gestor não é da área da saúde e aí acontecem esses problemas. Às vezes os profissionais não foram bem distribuídos e esse gestor não enxerga — comenta. Antônia explica que quando há um planejamento não ocorrem casos de falta de profissionais. Segundo ela, há uma deficiência na formação de médicos, por isso é necessária uma política de remuneração que atraía o especialista, além de condições de trabalho adequadas. | |
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