OUTONO | |
Por Paula Costa (Professora), em 2016/10/11 | 378 leram | 0 comentários | 180 gostam |
A nossa colega e colaboradora Marta Santos, professora aposentada, honrou-nos com mais este trabalho. | |
As árvores começam a usar os vestidos desta época de vermelhas-acastanhadas e douradas tonalidades e ao sabor da dança do tempo fazem striptease deixando à toa todas as suas roupas e adereços que atapetam os passeios, jardins e alamedas. Os mais atentos, ao passar, escutam os seus lamentos porque estão velhas, mirradas, fora de moda, não têm que vestir, estão nuas, queixam-se de frio. No ar pressente-se o aroma a castanhas assadas e as nuvens em tom de anil choramigam a sua tristeza deixando as suas lágrimas lamber os telhados e salpicar com seus cristais a terra ressequida. É tão bom o cheirinho a terra molhada! E cansado da gritaria dos miúdos no areal, o sol esconde-se em lençóis de espuma oferecendo ténues reflexos alaranjados anunciando auroras cinzentas e invernosas que irão começar a acontecer. Marta Oliveira Santos | |
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