“OLÍMPICOS” DA ESCRITA | |
Por Paula Costa (Professora), em 2016/04/04 | 1414 leram | 0 comentários | 260 gostam |
Nas Olimpíadas da Escrita realizadas no passado mês de fevereiro, foram premiados quatro alunos da Flávio. | |
As Olimpíadas da Escrita inserem-se no projeto Escola da Minha Vida, e este ano a escritora convidada foi, como então noticiámos, Raquel Patriarca, que propôs como mote “A Perfeição”. Quatro dos nossos alunos do 2º ciclo conseguiram arrebatar o primeiro prémio em prosa e os três prémios de poesia. Aqui ficam os textos premiados, nas diferentes perspetivas sobre o mote. 1º prémio de poesia – escalão A – 2º ciclo Autor: Afonso Ferreira Azevedo A perfeição A perfeição, não sabemos onde a encontrar, na terra ou no céu, num amigo ou no mar. Para uns, a perfeição não existe, para outros, não pode ser triste. Mas para mim, a perfeição tem que ser como a harmonia, existente numa canção, existente no amor de irmão, existente no sim e no não. Outras vezes, a perfeição vem no amor, que existe no coração. Então, aqui fico eu com a perfeição, que em mim cresceu. O meu sentido da perfeição Há vários sentidos da perfeição e cada um tem o seu, mas sei que, de todos eles, o mais perfeito é o meu. Alguns citam “Ninguém é perfeito”, mas não acredito em frases feitas pois, para mim, a família são, realmente, as pessoas perfeitas. Alguns poderão pensar “a família não é a perfeição” mas, para mim, sempre será, apesar dos seus defeitos que sempre considerei perfeitos. O pai, um grande amigão, sempre pronto para me ajudar. A mãe, carinhosa até mais não, quando estou triste, sabe como me alegrar. Minha irmã, companheira do coração, nunca se importa de comigo brincar. Por mais que insistam que isto não é perfeição, jamais me importarei e sempre contradirei, pois este é, sem condição, o meu sentido da perfeição. 3º prémio de poesia – escalão A – 2º ciclo Autor: Nuno Miguel de Araújo Patrício Sá A perfeição na arte Estava eu em minha casa A passar pelo corredor, Quando senti uma brasa, Algo que me enchia com calor. Olhei para a parede E vi uma fotografia. A moldura era uma espécie de rede E senti uma alegria. Tinha como fundo o mar Aqui da Póvoa de Varzim E havia um menino a chorar, Choro que parecia não ter fim. Num canto, estava a mãe Muito aflita com o menino Que ia socorrer e também dar-lhe um beijo pequenino. Depois de tudo, suspirei para mim E olhei para o meu coração. Percebi que o amor sem fim É a maior perfeição. 1º prémio de prosa – escalão A – 2º ciclo Autora: Margarida Finisterra Freitas A pessoa perfeita Numa quarta de agosto, estava eu a caminhar quando, de repente, começaram a cair gotas de água do céu. Estava no meio de uma floresta, a minha mãe estava ao meu lado e, quando começou a chover intensamente, ela deu-me o seu único casaco, deu-me a mão e continuámos a caminhar. Foi um momento perfeito. Para tudo ser perfeito, eu só preciso das pessoas que eu amo e as que me amam. Uma dessas pessoas é a minha mãe. Para mim, a perfeição não é ser perfeito, ninguém é perfeito, mas é sim, aquele que quando erra, assume. Quando alguém o magoa, perdoa. Quando alguém está triste, torna-o feliz. Essa pessoa é a minha mãe, a minha heroína. A vida, às vezes parece um filme. Nos filmes de ação, existe sempre um super-herói que salva as pessoas e o mundo, aquele herói que combate os vilões e que tem superpoderes. Porém, na vida real, os superpoderes são outros. A minha mãe tem o superpoder de cuidar, de escutar, de trabalhar arduamente, de ajudar e de dar. É esta a perfeição que falta no mundo, de saber escutar e ajudar os outros, de dar e saber dar aos mais necessitados. É esta perfeição que deveríamos ter se tivéssemos estes superpoderes. Todos nós seríamos perfeitos. É esta a perfeição que a minha mãe tem e que me ensinou a ter. Com ela aprendi que, quando de noite chorar pelo sol, as lágrimas não me deixarão ver as estrelas. Isto significa que não devemos olhar para o que não temos, mas sim para o que temos. Por este motivo, valorizo o que tenho. Valorizo a minha mãe perfeita. | |
Comentários | |