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| NOVO ANO LETIVO | |
| Por Paula Costa (Professora), em 2016/10/06 | 454 leram |  0 comentários |  168 gostam |
| O verão chegou ao fim e os dias de calor intenso começam a dar lugar a manhãs e tardes frescas. | |
 Os telejornais abrem com as notícias acostumadas: as enormes despesas que as famílias são obrigadas a fazer todos os anos porque os manuais escolares estão muito caros! Este ano, porém, estas dificuldades não serão tão sentidas por aqueles que têm educandos no 1.º ano do 1.º ciclo de escolaridade, uma vez que os manuais vão ser oferecidos. Relativamente aos outros anos de ensino, existem bancos de manuais que são cedidos aos alunos, permitindo assim às famílias poupar algum dinheiro. Ao que me parece até vão existindo boas medidas para auxiliar a colmatar as despesas! Todavia penso que estes bancos de manuais seriam melhor geridos pelas escolas, porque creio que haverá muito “xico esperto” que até tem possibilidades para adquirir os livros mas dirige-se a estes bancos e mete dinheiro ao bolso, deixando aqueles que realmente precisam sem livros a custo zero. Se a gestão dos manuais fosse feita pelas escolas, estes problemas não se poriam, uma vez que elas possuem registos da situação socioeconómica das famílias. Isto para não dizer que os livros adotados se mantêm numa escola durante um tempo alargado, dando a possibilidade de outros alunos aí inscritos os utilizarem. Mas em cada ano letivo as despesas não se confinam aos livros. Há o restante material escolar que os pais devem verificar de um ano para o outro para ser reutilizado e assim pouparem dinheiro também. Contudo, das notícias e entrevistas feitas a várias famílias nos programas televisivos, constatei que todos os anos se compram mochilas, conjuntos de lápis de cores e marcadores e pasme-se: há quem pague 90euros por encadernar os livros de garotos que frequentam o 1.º ciclo! Então os pais não poderão tirar um pouco diariamente à telenovela e sentar-se a encapar os livros do filho? Se o primeiro não ficar muito bem, o segundo ficará melhor e pra além disso tem a possibilidade de o fazer em conjunto com o filho. Estes momentos não se podem perder nas famílias. É o primeiro momento em que se mostra ao filho o interesse pela escola e se lhe dá a entender também que o dinheiro não cai do céu e que custa a ganhar. Lembro com alguma nostalgia os momentos em que, em menina, me sentava com o meu pai ou com o meu avô a encapar os livros e os cadernos, a verificar quais os lápis que ainda estavam em boas condições e a afia-los antes do primeiro dia de escola. Eram dias de verdadeira festa. Até o lanche tinha um sabor outonal que muito me satisfazia. Afinal gasta-se muito dinheiro actualmente sem necessidade. Marta Oliveira Santos | |
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