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NATAL
Por Paula Costa (Professora), em 2016/12/18541 leram | 0 comentários | 181 gostam
A agitação do Natal já há tempos que começou a tomar conta de todos nós.
O brilho das luzes e a música alusiva à quadra festiva envolvem-nos, e quase nos fazem esquecer a brutal realidade que muitos enfrentam, em busca de um pouco de paz, a paz que desejamos aos amigos nesta altura do ano.
A nossa colega e colaboradora Marta Santos escreveu o poema que aqui publicamos, e nos fará, certamente, reflectir um pouco para além do nosso “mundinho”.
Obrigada à Marta, e votos de Feliz Natal.

O feliz casal com ansiedade aguardava
do primeiro filho o nascimento
mas na sua terra sangue se derramava,
a guerra permanecia e a fuga aconteceu!
Levando no ventre o mundo
e às costas uma trouxa de roupa
ocuparam um lugar num frágil barquito
a transbordar de esperança
que rumo a qualquer terra seguia.
Entre ondas de tragédia escaparam
daquele mar aparentemente calmo.
A noite caía mas um navio os resgatou,
levando-os até um porto seguro.
Dias depois, moravam numa tenda
num descampado, no meio de sítio algum
e sob o tecto da frágil tenda de lona
habitada pela fome, neve e frio,
um menino nasceu!
A vaquinha e o burro não compareceram
oferecendo o seu bafo como aquecimento,
nem pastores, nem magos reis apareceram,
só os vizinhos, pobres, os visitaram
abraçando os emocionados pais
 e partilhando as migalhas que possuíam.
Mas uma Estrela refulgia no firmamento
sobre aquele imenso campo de migrantes
lembrando ao mundo indiferente
que Jesus ali nascia!


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