ESCRITA COLABORATIVA | |
Por Paula Costa (Professora), em 2015/11/25 | 544 leram | 0 comentários | 149 gostam |
Dinamizado pelas Bibliotecas Escolares, foi lançado um desafio de escrita colaborativa a todas as escolas do nosso concelho. | |
Os objectivos deste projecto são: incentivar à escrita de textos originais, com qualidade literária e conteúdo criativo; dar visibilidade à produção de textos próprios que resultam da experiência de leitura e fomentar a criação de elos de leitura entre alunos de cada escola, dentro do mesmo ciclo e entre alunos de outras escolas do concelho, do mesmo nível. O texto de partida é de autoria do Dr. Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Educação e Cultura da nossa autarquia. O pedido de colaboração foi-lhe dirigido aquando da sua participação nas comemorações da Semana do Mar. Cada um dos ciclos escolares deverá dar seguimento a esta história, dando origem a quatro histórias diferentes, que virão a público na Semana da Leitura (14 a 18 de março),e, caso reúnam as condições exigidas, a sua publicação será feita em livro, a cargo da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Aqui te deixamos o texto inicial da história, para te ires inspirando. AMANHECIA Amanhecia, o sol espalhava os seus braços sobre as casas, fazendo com que as telhas, acabadas de acordar, ganhassem um brilho incandescente, quase irreal. As gaivotas desenhavam acrobacias levadas pela suave brisa vinda do norte. Noé, com os seus dezoito anos de sonhos e de esperanças, inspirava todo o mar naquela maresia que lhe enchia os pulmões e lhe purificava as ideias. O que haveria para além da linha inatingível do horizonte? Que outras pessoas, que outros mundos, que outros tesouros poderia lá encontrar? Sentia nos pés descalços a areia húmida, rangendo a cada passo. Não sabia o que fazer. Sabia que não poderia continuar à espera que as coisas acontecessem, tinha que procurar o futuro, sem medo, sem interrogações vazias, sem arrependimentos. Toda a vida tinha vivido naquele areal, mas agora tudo lhe parecia pouco, precisava ir mais longe, decerto todos iriam compreender a sua decisão. Queria conquistar espaço, queria descobrir outros caminhos, outras terras, outras paisagens, outros cheiros. Queria ouvir outros silêncios para além do que lhe fazia chegar o mar. Estava decidido, iria enfrentar o mundo, ele que nunca virou a cara a qualquer desafio, ele que trabalhara em tudo o que lhe aparecia, desde que os seus sete irmãos e os seus pais precisaram desse apoio. Trabalhava nas férias, trabalhava depois das aulas e sempre obteve boas notas na escola. Perdido nos seus pensamentos, olhou para trás e reparou que apenas os seus pés marcavam a areia limpa e inexplorada daquela manhã que já ia alta. Em terra, avistou o vulto do Cego do Maio que, com a mão servindo de pala, vigiava o colorido dos barcos que, na faina da pesca, manchavam o azul do mar. | |
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