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DIREITOS? QUAIS DIREITOS?
Por Cristina Ferreira (Professora), em 2019/11/20626 leram | 0 comentários | 172 gostam
Proibido de abraçar, o polícia abraçou a criança para ela não ver a mãe ser detida por posse de substâncias ilícitas. Poupou-lhe um inferno visual, por momentos, mas não o poderá fazer uma vida inteira.
Quanto vale a protecção de uma má visão no cérebro de uma criança? Pode parecer pouco, contudo é um milagre do tamanho do mundo essa verdade. Tiraram-lhe as criancinhas. O que levou o homem por detrás da farda da lei a escolher o amor? Por ser um ser indefeso ou porque o instinto por quem está desprotegido nos gela o sangue e nos impele a salvar?
Na esquadra, as crianças foram mais acarinhadas do que tinham sido desde que nasceram. Estes são alguns dos seres humanos a quem são proibidos os abraços, os cuidados mínimos dos direitos humanos, porque nascem ali, como outros tantos que nascem acolá e «acolí», despidos de alicerces e amor. São os filhos sem mãe, e, quando crescem, tornam-se os “filhos da mãe”, que trilham o caminho do sanguinário calvário carregando uma cruz que não é deles, pois não pediram para nascer assim. Depressa esquecem o fugaz carinho, pois são abandonados ao deus dará. E se os há!
São tantos como a falta de abraços! Há muita, demasiada degradação onde os abraços não cabem numa via de sobrevivência dia a dia por teto e pão para calar o estômago. O deus das vielas é a droga! A religião actual nada tem de divinal! Em todo o mundo imperam covardes e pessoas displicentes escondidas com os seus milhões à custa de um mundo confuso e confundido onde pais choram amargamente os filhos, que mesmo tendo tido todos os abraços, caem nesta escabrosa teia. E, a cada esquina, a cada pedaço de chão, mora medo de avançar pelos abraços que não se dão...

Professora Ana Paula Almeida.


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