APÓS 42 ANOS | |
Por Paula Costa (Professora), em 2017/05/01 | 388 leram | 0 comentários | 169 gostam |
A nossa colega e colaboradora Marta Oliveira Santos enviou-nos este poema, assinalando desta forma mais um aniversário da Revolução de Abril. | |
Na ponta do fim do mundo havia um país onde a miséria se escutava onde a fome reinava onde a prostituição prosperava onde a emigração sangrava onde a guerra colonizava onde o silêncio imperava. Na ponta do fim do mundo havia um país mas em abril, na primavera, cravos vermelhos floriram nas chaimites e nas espingardas rostos tristes sorriram abraços de alegria se trocaram e muitos de emoção choraram. Quarenta e dois anos passados, na ponta do fim do mundo há um país onde adormece a pálida primavera onde empalidece o tom rubro do cravo ou murcha ou de tristeza morre onde se fecham janelas de tristeza onde pululam crianças grávidas de fome que na escola não aprendem que o sorriso abandonou os seus olhos onde bate às portas a miséria onde pessoas dormem nos portais onde os jovens sonham e partem onde os velhos sós, com fome e frio, a chegada da morte aguardam onde a prostituição vai regressando… Na ponta do fim do mundo há um país onde muito se tem feito mas onde há muito por fazer… É urgente impedir o regresso do medo o regresso da cor cinzenta, do silêncio É urgente não aprisionar a LIBERDADE! | |
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