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| A GEOMETRIA DO AMOR | |
| Por Paula Costa (Professora), em 2017/03/07 | 722 leram |  0 comentários |  160 gostam |
| Publicamos mais um poema da professora Marta Oliveira Santos, já aposentada, mas nossa colaboradora assídua. Os nossos agradecimentos. | |
 loucamente por outro segmento de recta e entrelaçando uma das suas extremidades juraram amor eterno em cerimónia discreta. Todavia, sentiam a distância dos seus braços, a dificuldade sempre que se pretendiam abraçar… Esticavam, esticavam mas não se encontravam! Acariciavam-se, mudavam de posição Até que esforço tamanho foi compensado e outro segmento de recta as pontas soltas uniu nascendo uma forma geométrica: dois lados iguais ligados por um maior, a filha que baptizaram de hipotenusa. Nasceu um triângulo rectângulo! A mãe para a filha adormecer cantava: «Na estrada de Siracusa, dizia Pitágoras aos netos que o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos». Enquanto a hipotenusa dormia o carinho entre os catetos acontecia… Porém um ponto cintilava na noite escura e cateto-pai por ele se apaixonou e espreguiçando-se logo o alcançou originando outro segmento de recta que em esconsas visitas plenas de afagos lhe permitia namoriscar aquele pontinho que feliz mais tremeluzia na noite… O diz que disse, as intrigas impregnavam o ar e cateto-mãe vivia enciumada e zangada. Um dia, enchendo de coragem o seu coração aconchegando a si a filha hipotenusa, e na sua fúria lançou um raio sobre a noite cortando com uma recta aquele tracinho, o segmento de recta por onde seu par se escapulia sempre que a vizinha ia namorar mas deixou a restante recta dependurada no veludo da noite para o que desse e viesse… Todavia outras novas paixões aconteceram, outros triângulos amorosos surgiram que, unidos na confluência do ângulo recto, uma volta completa e numa tangente tocaram ao de leve nas extremidades dos triângulos desenhando um círculo que todas as traições amorosas ligou. Assim se criou a geometria do amor, a geometria da vida! | |
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