O ARAUTO DO VALE
Jornal do Médio Vale do Paranapanema
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Misericórdia e solução
Por Eleutério Gouveia Sousa (Leitor do Jornal), em 2023/04/0476 leram | 0 comentários | 67 gostam
Os problemas são para serem sandos!
Portanto, não há mais lugar para respostas fáceis, mas se há uma Resposta ela, por certo, está na Igreja, nesta comunidade de homens e mulheres que, melhor ou pior, de uma forma ou de outra, por estes dias procuram acompanhar os Passos do Senhor. É que no mundo não há pior catástrofe do que viver fechado à experiência do Perdão, daquele perdão, portanto, que só de um Outro nos pode vir e que de Deus nos vem através da mediação de Cristo que se dá na Igreja, seu Corpo Místico. Não experimentar a Misericórdia de Deus é, de tudo, o pior que nos pode acontecer. É que sem esta experiência não é possível uma verdadeira vida; aquela que merece, a todo o custo, ser vivida. O ser humano, cada um de nós, pode agir mal; por vezes, infelizmente, agimos mesmo muito mal. Mas ninguém é capaz de se libertar sozinho das amarras que nos prendem ao gancho da vontade que está em falta. Por certo, o mal tem “consistência”, ainda que (ontologicamente) falsa, tanto mais que o mal, ou o pecado, não serve para nada que realmente valha, ou mereça, a pena. Contudo, as suas consequências podem ser globais, como nos mostra a crise que, como humanidade, estamos a atravessar: crise feita de guerras e perseguições, de injustiças e violências; de traições e faltas de respeito… Mas do poder do mal só um Poder radicalmente autêntico e verdadeiro, o de Deus, nos pode libertar, poder esse que dá pelo nome de Perdão/Misericórdia. Com efeito, não há maior, ou mais eloquente, celebração da divindade do que a celebração do gesto que fazemos de acolher o Perdão e a Misericórdia que, pela mediação da Igreja, Deus nos oferece sempre que aceitamos o convite, e a oferta, que Ele nos faz. Como todos os dons que não são (só) deste mundo, o Perdão é de todo imerecido. Isso mesmo nos mostra o famoso quadro de Rembrandt sobre a figura do Pai do Pródigo, obra prima que se encontra no Hermitage de São Petersburgo, na Rússia. Mas mesmo imerecido, o Perdão que se recebe traz consigo, tal como nos ensina a Carta aos Coríntios, o reconhecimento de que, uma vez perdoados, somos chamados a ser também nós Embaixadores da Misericórdia, ou seja, testemunhas do Amor incondicional de Deus, por tudo e em tudo. Possa, então, o que ainda resta desta Semana Santa, e é muito, ajudar-nos a meter pés ao caminho, ou seja, a caminhar em direção ao Encontro com Aquele que vem – e com toda a certeza vem – para nos salvar.
#misericordia


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